Fotografia: Acervo pessoal.

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Campanha “Se liga no corona!” completa um ano de mobilizações em quatro favelas do Rio de Janeiro

Pelas ruas das favelas da Maré, Manguinhos, Alemão e Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o papo é reto: não saia de casa sem máscara e álcool gel. Essa é uma das mensagens difundidas nessas quatro comunidades pela campanha de comunicação “Se liga no Corona!”, que completou um ano em abril. A mobilização de um ano promoveu a distribuição de 2.600 máscaras e cerca de 200 cartazes foram fixados em pontos de ônibus, mototáxi, comércio e associações de moradores dos territórios. Além disso, novos materiais sobre a importância das medidas preventivas foram lançados tanto nas redes sociais quanto em carros de som que circularam nas quatro favelas, difundindo radionovelas e spots sobre a urgência da continuidade do uso de máscaras e da manutenção dos hábitos de prevenção.

Até agora, a campanha já rodou mais de 2 mil cartazes para territórios de favelas do Rio de Janeiro. Também produziu 139 peças gráficas digitais, mais de 50 interprogramas para a grade do Canal Saúde, 24 vídeos (sendo 9 acessíveis na Língua Brasileira de Sinais) e 50 produtos sonoros com mais de 13 mil reproduções e 2 mil downloads. Todos os materiais produzidos pela campanha estão disponíveis para download e distribuídos nas galerias de áudio, vídeos e imagens da página institucional da campanha, no Portal Fiocruz, e também nas plataformas SoundCloud e Spotify.

As ações nos territórios foram viabilizadas por meio de uma parceria entre Fiocruz e Conselho Comunitário de Manguinhos, Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), Redes da Maré, Rede Emancipa de Educação Popular, Sindicato Estadual de Profissionais de Educação do Rio de Janeiro, Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) e Voz das Comunidades.

Radis traz alguns depoimentos de comunicadores populares e outras lideranças que participaram das ações:

 

#SeLiganoCorona1Ano #AindaNãoAcabou

Aqui no Alemão tem muitas pessoas que não estão utilizando a máscara. Muitas pessoas que realmente largaram de mão. Não sabíamos como seria, se a galera iria abraçar essa ideia. Só que nos surpreendeu muito e, falando a verdade, agora, mil máscaras era pouco. Eu e mais uma equipe de cinco produtores do Voz das Comunidades participamos da ação. Foi realmente muito boa. A gente não esperava que fosse tão positiva. Porque a galera abraçou muito a campanha, realmente estava pedindo: ‘Ah! me dá para o meu pai, para meu avô’, ‘Eu não tenho condições de comprar’. Infelizmente, no nosso dia a dia, existem pessoas que não têm condições de comprar a máscara por mais barata que ela seja. Então vieram muitas pessoas até nós. A gente fez um ponto num local que se chama Grota, um ponto bem movimentado, que alcança quase todas as localidades do Alemão. Vieram pessoas até à gente para falar que essa ação era muito importante para o Alemão. Por mais que seja uma coisa simples.” Geisa Pires, Voz das Comunidade, Alemão

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Foi uma ação super bonita e muito também acolhedora por parte da população. A gente vê o quanto isso faz falta, né? É necessário ser feito com regularidade. A gente teve que buscar umas duas vezes mais caixas de álcool gel além das que a gente já tinha e acabou tudo, em uma hora acabou muito rápido. As máscaras também acabaram e depois a gente saiu pela [rua] principal colando e explicando sobre o motivo da prevenção. Também foi muito bem recebida a colação dos cartazes. Inclusive, até foi discutida a possibilidade de uma nova ação em outras localidades.” Anísio Borba, Frente de Mobilização da Maré, Maré

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Os registros ficaram muito bonitos. A gente teve uma grande adesão das pessoas, principalmente os mototaxistas. A gente se instalou perto deles e foi muito legal ver eles naquela relação. Interessante ver o quanto que álcool em gel fez diferença na ação. Nas redes sociais a gente teve um bom engajamento. Muitas pessoas clicaram nos links para poder acessar os materiais da campanha.” Mariane Rodrigues, Redes da Maré, Maré

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Foi legal, a ação teve uma recepção boa (nas mídias sociais). O melhor resultado que a gente pode avaliar é mesmo na rua porque a informação na internet o pessoal já acessa bastante mesmo, até por essa questão da legitimidade da Fiocruz.” Carolina Vaz, Jornal O Cidadão, Maré

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Foi um sucesso. A gente ficou no Amorim [comunidade que pertence a Manguinhos], com aquela galera subindo a rua principal, todo mundo ajudando a entregar as máscaras e acabaram todas as máscaras, tanto que a gente não conseguiu nem ir para outro lugar. Colocamos todos os cartazes lá nos comércios, igrejas e foi bacana assim por causa disso, entendeu?” Fábio Monteiro, Conselho Comunitário de Manguinhos

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Foi muito legal ter esse contato. Porque antes eu estava saindo de casa só para ir ao mercado e na padaria. Quando voltava, não ficava conversando. A gente sentia até uma carência de conversar e de mostrar os problemas que estão acontecendo e por isso foi bem legal.” Renata Dutra, Radar Covid-19 Favelas

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Nós nos encontramos em frente à associação de moradores do Morro dos Macacos com cartazes da campanha ‘Se liga no Corona!’ falando sobre o uso de máscaras, fazendo conscientização em conjunto também com SEPE que é o Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro, com carro de som passando os áudios do ‘Se liga no Corona!’ sobre vacinação, falando sobre a importância da vacina. Também veiculamos um samba que um dos nossos professores fez que é cantando ‘Vou vacinar vou vacinar vou vacinar’ Vanderlea Aguiar, Rede Emancipa e Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Morro dos Macacos

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Assista o vídeo sobre a campanha "Se Liga no Corona!", organizado em pontos estratégicos das favelas de Manguinhos, Maré, Morro dos Macacos e Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro

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