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O golpe militar de 1964 transformou a história do Brasil fazendo com que o país mergulhasse em um dos períodos mais duros de sua história. O Programa Radis surgiu em 1982, já nos últimos anos da ditadura, em um momento em que o país caminhava para a redemocratização. Nesse contexto, o acesso à saúde figurava como uma das questões mais urgentes, visto que grande parte da população brasileira estava à margem deste direito.

Ao longo dos anos, a relação entre democracia e saúde esteve em nossas páginas de diversas formas — seja para denunciar ameaças à democracia e destacar a luta e a resistência contra retrocessos, seja para relembrar erros e aprendizados do passado. No marco dos 60 anos do golpe militar de 1964, completados em 31 de março, Radis resgata diferentes matérias em que a luta pela democracia e a memória da ditadura foram abordadas. Confira.

Reconstrução democrática

Radis 244 (janeiro de 2023)

Agendas e desafios para a retomada das políticas públicas no Brasil
Capa: Ilustração digital de Felipe Plauska.

A edição de janeiro de 2023 reflete sobre quais deveriam ser as prioridades do novo governo federal para as políticas públicas, depois de um contexto de desmonte dos serviços públicos e dificuldade de acesso aos direitos. As reportagens de Luiz Felipe Stevanim, Adriano De Lavor e Liseane Morosini trazem as discussões que ocorreram no 13o Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), em novembro de 2022, e que já levantavam o debate sobre o que deveria ser considerado urgente no terceiro mandato do presidente Lula, após uma acirrada disputa eleitoral. “A democracia nunca está dada por si só. Ela é um processo a ser constantemente construído, defendido e aperfeiçoado”, afirmou Jarbas Barbosa, médico brasileiro que na época havia sido eleito diretor geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e assumiu o mandato também em 2023.

Leia mais em: https://radis.ensp.fiocruz.br/reportagem/saude-coletiva/o-brasil-que-queremos-reconstruir/

Hora de refundar o Brasil

Radis 242 (novembro de 2022)

Lúcia Souto, médica sanitarista e então presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), em entrevista para o especial de 40 anos de Radis, fala abertamente sobre as necessidades que o país atravessava em 2022, tanto na saúde pública, quanto em relação à questão democrática. Na conversa, ela relembrou as luta pelo direito à saúde que culminaram no movimento da Reforma Sanitária e na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, base fundamental para a Constituição de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ela, “a 8ª Conferência pode ser chamada de Constituinte Popular da Saúde”.

Leia mais em: https://radis.ensp.fiocruz.br/entrevista/radis-40-anos-entrevista/hora-de-refundar-o-brasil/

Democracia que não se construiu

Radis 205 (outubro de 2019)

— Capa:

A matéria de capa da edição 205 busca entender a dificuldade para a superação das desigualdades no país e como isso interferiu diretamente na garantia de direitos, especialmente o direito à saúde. A partir de depoimentos colhidos durante a 16ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), realizada de 4 a 7 de agosto de 2019, o repórter Luiz Felipe Stevanim aborda como o contexto de desmonte e a falta de acesso aos serviços públicos, o aumento da postura autoritária dos governos e a restrição de direitos estavam minando uma democracia que não estava completa. “Estamos vivendo uma democracia?”, questionou a historiadora Virgínia Fonseca, na reportagem. 

Ao comparar o contexto da 8ª CNS, em 1986, de lutas e aspirações que levaram à redemocratização do país, com o da 16ª, ela afirmou: “Em 86, vivíamos o ocaso de uma ditadura. Em 2019, corremos o risco de viver o empalidecimento da democracia”. Para a historiadora, a 16ª — chamada de 8ª + 8 — deveria representar a “democracia duplicada”, com a expansão dos direitos e do exercício da cidadania, mas ocorreu em um contexto de “democracia dividida”.

Série de reportagens sobre os 50 anos do golpe militar

Radis 140, 141 e 146 (maio, junho e novembro de 2014)

Durante o ano de 2014, quando completaram 50 anos do golpe militar de 1964, Radis produziu uma série de reportagens, publicadas em três edições, que mostravam os diferentes impactos do regime militar sobre a sociedade brasileira. Na edição 140, o repórter Bruno Dominguez aborda, no texto Um passado a se desvendar, a trajetória de pessoas que lutaram pela democracia e traz a fala da historiadora Heloisa Starling sobre os silêncios da ditadura. Em seguida, na Radis 141, a reportagem de Elisa Batalha analisa o papel da imprensa e a cobertura midiática em relação aos 50 anos do golpe militar e a ditadura, que variava entre informação e mea culpa, mas ao mesmo tempo continha um viés conservador. E por fim, a reportagem de Liseane Morosini encerra a série na edição 146 sobre a perseguição aos profissionais de saúde durante o regime militar com a instalação da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária.

Tesoura afiada contra o direito à informação

Radis 123 (dezembro de 2012)

A reportagem da edição 123, em dezembro de 2012, traz a censura vivida pela imprensa durante os anos de ditadura militar e como era um processo que se desenvolvia de uma forma não linear, sendo alguns veículos mais perseguidos que outros, ou alguns sob constante ameaça e outros eventualmente. Além disso, destaca o papel de publicações alternativas, as perseguições aos profissionais, as invasões às redações, e as mais variadas formas de protesto, ainda que de forma sutil, presentes nas páginas dos jornais da época. 

Um resgate do Massacre de Manguinhos

Radis 120 (agosto de 2012)

A reportagem presente na edição 120 fala sobre um dos episódios de mais impacto não só para a Fiocruz (que na época ainda se chamava Instituto Oswaldo Cruz) como para a saúde no Brasil, conhecido como Massacre de Manguinhos. Em 1970, durante a vigência do Ato Institucional no 5, pesquisadores vinculados ao então Instituto Oswaldo Cruz (IOC) foram cassados, tiveram seus direitos políticos suspensos e foram impedidos de trabalhar. Além disso, Haity Moussatché, Herman Lent, Moacyr Vaz de Andrade, Augusto Cid de Mello Perissé, Hugo de Souza Lopes, Sebastião José de Oliveira, Fernando Braga Ubatuba e Tito Arcoverde Cavalcanti de Albuquerque também foram aposentados compulsoriamente, juntamente com mais dois colegas que não foram citados no primeiro decreto: o médico imunologista e especialista na área de Micologia, Masao Goto, e o parasitologista Domingos Arthur Machado Filho. 

Revista Tema sobre a 8ª CNS e Jornal Proposta

Tema n.7 (agosto de 1986) e Jornal Proposta n.8 (abril de 1988)

Publicação do Programa Radis, a revista Tema no 7 traz os desdobramentos e a análise da 8ª Conferência Nacional de Saúde, marco para a definição da saúde pública no Brasil com a redemocratização. Já o Jornal Proposta, lançado em 1987 também por Radis, foi uma publicação totalmente voltada para a Reforma Sanitária e as mudanças no acesso à saúde no Brasil. Destacamos a edição no 8 que trazia o processo de democratização como essencial para vencer a crise na saúde.

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