Qual o papel de um museu em uma instituição pública de ciência e tecnologia em saúde? Como esse espaço pode promover acesso ao conhecimento e ajudar a transformar realidades? Se você já teve a oportunidade de visitar o campus da Fundação Oswaldo Cruz em Manguinhos (RJ) nos últimos 26 anos, provavelmente recebeu o acolhimento de educadores do Museu da Vida Fiocruz, participou de atividades guiadas e conhece essas respostas, ou ao menos tem pistas delas. O que talvez você ainda não saiba é que essa interação entre sociedade e ciência é uma característica marcante da Fiocruz e não se limita aos muros de sua sede física.
Para além de toda a estrutura situada no campus — incluindo um núcleo arquitetônico histórico, espaços de exposições, biblioteca com contação de história e instalações, como o Parque da Ciência e um teatro — o Museu da Vida possui também um forte componente de itinerância, com iniciativas que levam a Fiocruz para quem está distante.
“Além de abrir a nossa instituição geograficamente localizada no Rio de Janeiro, nós também vamos ao encontro da sociedade. A gente quebra esses muros que cercam Manguinhos e desenvolvemos atividades de educação museal e popularização da ciência em territórios de favelas, periferias e municípios com baixa oferta cultural”, orgulha-se Ana Carolina Gonzalez, chefe do Museu da Vida (2023 a 2025).
Mais do que compartilhar informações científicas, a cada encontro com seus diversos públicos — seja no campus ou fora dele — a equipe do museu estabelece diálogo e promove saúde em seus mais diversos sentidos, como ressalta Ana Carolina. “O Museu da Vida leva a Fiocruz consigo. Seja com ações territorializadas em favelas, seja com exposições itinerantes, seja com o Ciência Móvel”.
Aberto ao público desde 1999, o Museu da Vida Fiocruz integra a Casa de Oswaldo Cruz (COC) — unidade dedicada à história, memória e preservação do patrimônio cultural da Fundação — e celebrou seu jubileu de prata em 2024, quando feitos importantes foram alcançados. Dentre eles, a impressionante marca de 1 milhão de visitantes no Ciência Móvel, obtida em uma ação na quadra da escola de samba da Mangueira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e o recorde de público no campus em um único dia — até então — quando recebeu mais de 3 mil pessoas na comemoração de seus 25 anos, no dia 25 de maio daquele ano, um sábado memorável.
“Foi um dia especial, que representou a culminância de um planejamento de meses e ainda contou com a participação de várias instituições parceiras. Eu diria que nós também nos sentimos abraçados pela população que veio aqui nos desejar feliz aniversário”, relembra Ana Carolina. Pouco mais de um ano após o marco dos 25 anos, em uma manhã de junho de 2025, Radis conversou com ela.
Depois da entrevista, quando a reportagem estava sendo redigida, as visitações das férias escolares de meio do ano deram mostras de um novo patamar que o Museu da Vida tende a alcançar e dos novos desafios que acompanham essa mudança. Após divulgações espontâneas de influenciadores sobre as atrações disponíveis viralizarem nas redes sociais, o recorde de público no campus foi batido já nos primeiros dias da programação de férias (22 e 23 de julho de 2025), quando foram registrados mais de 6 mil e 4,5 mil visitantes, respectivamente, e o museu precisou reorganizar seu funcionamento no período.
Somente de 22 de julho a 2 de agosto o Museu da Vida recebeu cerca de 40 mil pessoas. Isso equivale a dois terços da média histórica de visitação anual no campus, que até 2024 era de 60 mil. Em nota oficial, a COC celebrou o recorde de visitantes e reforçou o compromisso da Fiocruz de aproximação com a sociedade por meio de ações de valorização do patrimônio cultural, como o Plano de Requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM), centrado na ideia de constituição de um campus-parque, e a candidatura da Fundação a patrimônio mundial pela Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], em andamento.
Ao analisar os dois anos de sua gestão, Ana Carolina Gonzalez falou sobre história, expectativas, novidades, desafios e, principalmente, a respeito da função social do museu. Tudo isso sob a perspectiva de alguém que tem a convicção de que democratizar o acesso à arte, cultura e divulgação da ciência também significa promover comunicação, cidadania e saúde no sentido ampliado.

Um museu que abre as portas da ciência
A vocação para a divulgação científica e o ímpeto por colecionar objetos e ter espaços de musealização desses itens já estavam presentes na história da Fiocruz desde o início do século 20, como herança de seu patrono, Oswaldo Cruz, afirma Ana Carolina. Quase cem anos após a fundação do então Instituto Soroterápico Federal, o Museu da Vida foi finalmente criado e se materializou como o espaço que possui um rico acervo museológico e ao mesmo tempo dialoga com a sociedade sobre ciência e saúde.
Hoje, pode-se dizer que abrir as portas de uma das mais renomadas instituições de ciência do mundo à população é algo aceito como natural e compreendido de forma ampla, mas o entendimento nem sempre foi esse. “Originalmente, os espaços museológicos da Fiocruz eram restritos a visitantes ilustres e à comunidade científica”, revela o texto de apresentação do livro Museu da Vida: Ciência e Arte em Manguinhos (2017), assinado por Diego Bevilaqua, então chefe do museu. A obra foi produzida como parte das celebrações pelos 18 anos do museu.
Para Ana Carolina, além de dialogar com a sociedade sobre o seu trabalho, a Fiocruz também deve abordar temas sociocientíficos de forma geral: “Um dos mais importantes acervos museológicos de história das ciências da saúde está sob guarda do Museu da Vida Fiocruz. O nosso acervo possui características e particularidades que ajudam a contar a história da produção do conhecimento em ciências e saúde”, ressalta.

Um museu que dá vida à Fiocruz
O Museu da Vida atrai semanalmente à Fiocruz a visita de centenas ou até milhares de pessoas, a depender da época do ano. Só em 2024, foram registrados 59.282 visitantes que passaram por sua sede, em Manguinhos. Quem circula frequentemente pelo local já deve ter se deparado com diversos grupos de crianças ou adolescentes em animadas excursões escolares, ou com seus familiares, cuja euforia da atividade educacional ao ar livre é notada de longe. Esses visitantes passeiam — a pé ou a bordo do badalado e revitalizado Trenzinho da Ciência — por pontos emblemáticos da instituição, onde visitam exposições, participam de oficinas e assistem a espetáculos teatrais.
Mas não se engane. Ser esse “cartão de visitas” de uma instituição do porte da Fiocruz requer responsabilidades proporcionais. “Traz uma noção de compromisso social que nos rege todos os dias. Tanto com a popularização da ciência, quanto com a educação museal”, afirma Ana. “O Museu da Vida é uma instância educacional por essência e por excelência e eu diria que esse é um eixo norteador do nosso trabalho em todos os setores”, reforça.
As atividades do museu são gratuitas, um princípio inegociável, que possibilita a visitação de muitos grupos escolares e famílias inteiras. Ana chama atenção para o fato de que muitos dos visitantes que ali chegam estão tendo seu primeiro contato com um museu ou estreando em uma plateia de teatro. E que, para muitos, aquela será uma oportunidade única. Ela afirma que pesquisas internas confirmam essa realidade: “Eu diria que o Museu da Vida Fiocruz tem orgulho de ser a ‘primeira vez’ para experiências inacreditáveis e inesquecíveis para muitas pessoas que nos visitam”, celebra.
Sediado em um território formado por favelas, em plena Avenida Brasil, o Museu da Vida Fiocruz está a quilômetros de distância dos endereços mais sofisticados da capital fluminense. Mas é como se estivesse exatamente onde deveria estar: em uma região com poucas ofertas culturais, de lazer e entretenimento. O que amplia sua responsabilidade, relevância e potencial.

Um museu que pega a estrada
O Museu, porém, não se restringe ao campus e frequenta diferentes espaços. O projeto Ciência Móvel: Arte e Ciência Sobre Rodas, por exemplo, leva a Fiocruz a outras regiões periféricas e ajuda no cumprimento daquilo que sempre foi a vocação da instituição: a democratização do acesso ao conhecimento. O chamado “desencastelar” da ciência — que se dá quando a Fiocruz sai do Castelo e ganha as ruas.
Em 1995, ainda em fase de elaboração, o Museu da Vida assinou sua primeira exposição intitulada “Vida”. E ela ocorreu fora da instituição, no Centro Cultural dos Correios, no Centro do Rio. “A gente brinca com isso e eu falo também na minha tese que o Museu da Vida já nasceu itinerante”, observa Ana, que antes de chefiar a unidade também coordenou o Ciência Móvel — seu objeto na pesquisa de doutorado, no Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/Icict/Fiocruz).
A itinerância responde por 70% do público presencial do museu. Um dos grandes responsáveis por essas “ações extramuros” é justamente o Ciência Móvel, uma iniciativa que viaja em uma carreta e leva exposições, módulos interativos, jogos, multimídias, planetário digital e intervenções artísticas a municípios da Região Sudeste. A limitação geográfica desse deslocamento ocorre devido à logística envolvida em cada viagem.
A “carreta da ciência” foi inaugurada em 2006, quando estacionou em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e desde então já visitou outras 215 cidades dos quatro estados da região. Até julho de 2025, havia percorrido mais de 115 mil quilômetros, recebido quase 1,2 milhões de visitantes e carregado inúmeras histórias de vida em suas andanças. “Esse museu, que é arte e ciência sobre rodas, volta diferente de cada um desses deslocamentos”, afirma Ana.
Os desafios, no entanto, são muitos. Desde a manutenção dos equipamentos até os custos com o combustível, passando pelos períodos em que as equipes precisam ficar longe de casa a cada nova viagem. Ainda assim, tudo vale a pena ao desembarcar em cada novo território, muitas vezes localidades negligenciadas e invisibilizadas. “O Ciência Móvel vai até esses locais levando a Fiocruz e seu conceito ampliado de saúde, além de espetáculos teatrais em lugares que muitas vezes não têm um teatro, uma biblioteca pública ou um centro cultural”, relata.
Apesar de todos os elementos que envolvem a itinerância, Ana sentia que essa percepção ainda não era universal. “Fui notando que havia um desconhecimento muito grande do potencial que é termos essa unidade móvel, que cruza essas fronteiras reais e simbólicas, e se abre para se encontrar com o outro no território onde o outro mora”, conta.
Foi a partir dessa reflexão que ela trilhou seu doutorado, entre 2018 e 2022, a fim de mostrar como a experiência de troca com as pessoas transforma a própria equipe do museu, numa perspectiva dialógica — de ser um museu que fala, mas também escuta. “Eu penso: ‘vou ter que transformar isso numa tese de doutorado’. Se não existem referências para comprovar que esse trabalho não é apenas um fazer, mas um refletir, um pensar e um transformar, vai existir uma tese para não restar mais dúvidas”, relembra. Leia a tese em https://bit.ly/museusqueaprendem.

Um museu que aprende com seu público
Ana defende que essa oportunidade de transformação está disponível a todos que se dispõem a aprender com o outro a cada novo encontro. “Assim como todos os dias a instituição se abre fisicamente, acho que é o nosso exercício fazer com que os nossos profissionais e bolsistas também se abram como aprendizes para que realmente a comunicação possa se estabelecer”.
Ela entende que um espaço de transformação social, com possibilidade de constituição de novos futuros, só existirá se todas as pessoas, independentemente de sua origem e formação, forem acolhidas e ouvidas sem distinção nas atividades desenvolvidas pelo museu. “Assim, cada um de nós, seja em ações internas ou externas ao campus, também poderemos ser impactados, transformados e ressignificados a partir desses encontros”, reflete.
Dessa forma, o Museu da Vida se permite aprender enquanto ensina. Isso se evidencia especialmente quando a instituição adentra novos espaços com humildade e atenção ao que o outro também tem a dizer. “A gente realmente precisa fazer um exercício de sair do pedestal e parar de achar que vamos lá para ensinar alguma coisa ou levar uma ciência que fala de quem sabe para quem não sabe”.
Para Ana, essa perspectiva horizontalizada deve ser sempre priorizada no contato com o outro. “A gente vai lá para conversar com essas pessoas e elas perceberem que o conhecimento delas precisa ser valorizado, reconhecido e incorporado por instituições como a Fiocruz, tal qual os conhecimentos que a Fiocruz leva até elas”, complementa.
Ainda nesse exercício de alteridade — de enxergar o outro e o lugar do outro — a chefe do Museu da Vida reforça a importância de que instituições em posição de destaque, como a Fiocruz, valorizem outras formas de conhecimento além do acadêmico, como os saberes populares, tradicionais, ancestrais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e tantos outros grupos na construção de novas pontes.
“A gente só vai conseguir fazer comunicação com encontro e afeto quando considerarmos todos esses saberes em patamar de igualdade aos saberes ditos acadêmicos e publicados em revistas científicas”, reflete. “O Museu da Vida tenta todos os dias dar um quinhãozinho de contribuição nessa batalha, mas ela é permanente”.


Um museu que ensina e encena ciência
Outra especificidade do Museu da Vida é ser um equipamento cultural que tem um teatro completo. “Nós fazemos espetáculos teatrais que são gestados do zero, com direção própria e toda a estrutura de iluminação, palco, figurino e cenografia. Fazemos teatro de verdade”, ressalta Ana.
Um atrativo adicional é que as apresentações que ocorrem no espaço do museu geralmente são seguidas por diálogos entre o público e os atores, que recebem formação sobre o tema debatido em cada produção. “Esses encontros após as peças ocorrem para que a nossa perspectiva educacional a partir das artes seja também aprofundada e gere novas reflexões”, explica.
Como exemplo de parcerias do museu com pesquisadores de outras unidades da Fiocruz, Ana cita o espetáculo “O Rapaz da Rabeca e a Moça Rebeca”, baseado na literatura de cordel, que conta a história de amor de um casal soro diferente (que ocorre quando um dos parceiros vive com HIV e o outro não — um soro positivo e outro soro negativo). “É uma história em que a gente traz debates sobre HIV e aids, tabus e preconceitos. E os atores receberam uma formação de um dos pesquisadores do INI [Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas]”, diz.
Iniciativas como essa aproximam o Museu da Vida de seu propósito de popularização da ciência. “A gente junta macroáreas do conhecimento e de políticas públicas para fazer com que o nosso compromisso social seja ancorado em um conceito ampliado de saúde, que consiste no acesso à educação, à cultura e ao conhecimento científico”, afirma Ana.
Para ela, essas atividades são também uma forma de devolução e prestação de contas à população: “A sociedade é quem custeia tudo o que a instituição faz. Então, é nosso dever compartilhar com a população e incluir pensamentos e críticas da sociedade nos processos de produção do conhecimento”, defende.


Um museu que tem pauta social
Ana Carolina acredita que o Museu da Vida é ainda mais diverso, inclusivo e acessível atualmente. A chegada de 21 novos profissionais com deficiência à equipe, que ocorreu em sua gestão, contribui para esse legado e provoca uma reação em cadeia na instituição. Afinal, além de contratar esses profissionais, a Fiocruz precisa promover condições de acessibilidade para que os trabalhadores desempenhem suas funções com tranquilidade — e à medida que isso ocorre, os visitantes também se sentem mais incluídos, seguros e confortáveis nas instalações.
“A gente tem recebido cada vez mais grupos de pessoas com deficiência, o que é motivo de orgulho e felicidade, porque significa que essas pessoas estão se sentindo bem recebidas pelo nosso museu”, celebra Ana, antes de anunciar uma novidade: uma sala de autorregulação que está sendo preparada no Centro de Recepção do campus e será disponibilizada para o acolhimento de visitantes e trabalhadores com transtorno do espectro autista (TEA) que necessitarem do espaço.
Ela aponta o capacitismo — preconceito e discriminação contra pessoas com deficiência — como dificultador de empregabilidade. “São profissionais com formações excelentes, com dificuldade de inserção no mercado de trabalho fora daqui por serem pessoas com deficiência. O Museu da Vida assume esse compromisso”, pontua. “Talvez sejamos um dos únicos museus no mundo cuja equipe profissional de atendimento ao público é composta em grande parte por pessoas com deficiência”.
A inclusão não se restringe a essas contratações. Em agosto de 2025, o museu estreará a peça “Quem é todo mundo?”, um espetáculo teatral com o elenco composto integralmente por pessoas com deficiência.

Agenda ambiental
A instituição também está atenta à pauta ambiental. No fim de 2024, um de seus principais símbolos e sucesso absoluto entre crianças e adultos que frequentam o campus — o Trenzinho da Ciência — voltou a circular após anos de inatividade. Os dois novos trens são elétricos, ambientalmente mais responsáveis, pela diminuição de gases poluentes, e mais silenciosos, adaptados para transitar entre prédios de patrimônio histórico. Outro destaque é o teto panorâmico do novo modelo, que possibilita aos visitantes a observação de toda a biodiversidade vegetal do campus.
O antigo trenzinho vermelho, que marcou gerações antes de ser desativado, também terá seu lugar de destaque: “A gente jamais poderia abandonar o antigo e só valorizar o novo”, adverte Ana. O equipamento foi restaurado e vai virar um elemento de memória e atividades educativas: ficará estacionado de forma permanente no Parque da Ciência. O trenzinho em exposição receberá o nome de Maurício Carlos Baptista, uma homenagem ao educador que atuou no museu por 15 anos e faleceu no início de 2025.
A preocupação com temas atuais que reverberam na sociedade demonstram que o Museu da Vida Fiocruz está conectado com a realidade. E que essa agenda também é viva. “Este é um museu que todos os dias reafirma e consolida o seu compromisso com os princípios da democracia, com a paz e o debate sobre a questão das mudanças climáticas”, considera Ana.

Pandemia fecha as portas do Museu
O início da pandemia de covid-19, em 2020, representou um desafio extra para o Museu da Vida. Naquele ano, dezenas de atrações planejadas para os 120 anos da Fiocruz em vários pontos da cidade precisaram ser canceladas praticamente em cima da hora. Não bastasse isso, o museu, que lida com pessoas o tempo todo, precisou ser fechado ao público, dessa vez para preservar vidas.
Ana Carolina explica que o hiato foi ainda maior por se tratar do “Museu da Fiocruz”. Afinal, o exemplo tinha que partir dele. “Vários museus reabriram mais cedo e nós ficamos fechados até o último momento”, recorda. Os impactos vieram na sequência: “Isso nos impôs uma agenda de ressignificações que ninguém estava preparado para lidar e eu posso afirmar que traz reverberações até hoje”, diz ela, indicando uma necessidade de atenção contínua em relação à saúde mental dos trabalhadores no pós-pandemia.
Um museu educador
O Museu da Vida Fiocruz também é uma instância formadora e, além de outras iniciativas educativas, possui três programas nesse sentido — dois para graduandos e um para alunos de ensino médio — com diferentes perspectivas envolvendo questões que relacionam formação cultural e educação museal: “Isso faz com que a gente seja um grande celeiro de formação de novos popularizadores da ciência, de novos educadores museais e, quem sabe, de novos produtores culturais no futuro, que possam voltar para os seus territórios e influenciar aquele local onde vivem e sua comunidade”, almeja Ana Carolina.
Ana também destaca a atuação da biblioteca do Museu da Vida, que – segundo ela – é uma biblioteca de educação e divulgação científica que vai além da prestação de serviço convencional de disponibilização do seu acervo, consulta a bases de dados e pesquisa de referências bibliográficas: “Nossa biblioteca também faz atividades culturais para o público. As pessoas vêm consultar o nosso acervo e conhecer os nossos livros, mas nós também fazemos atividades de formação de leitores e de contação de histórias”, ressalta.
E ainda no campo da pesquisa, cita, por fim, o imbricamento do setor na pós-graduação lato e stricto sensu da COC/Fiocruz, onde pesquisadores do museu atuam em diversas frentes nos cursos de especialização e mestrado em divulgação da ciência. “A gente tem a função de docência, de orientação e de coordenação com pesquisadores que estão produzindo conhecimento no museu, sobre o museu e para o museu. Então, o Museu da Vida em si é um grande celeiro de produção de conhecimento e também de formação de pessoas em nível de pós-graduação”.
























Serviço
O Museu da Vida Fiocruz funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 16h30, e aos sábados, das 10h às 16h. Para mais informações e agendamento de grupos, acesse o site: museudavida.fiocruz.br.
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