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Manifestantes em diferentes partes do mundo foram às ruas protestar contra os constantes ataques de Israel ao povo palestino e pela abertura imediata de corredores humanitários na Faixa de Gaza. Os atos ocorreram no final de semana dos dias 14 e 15 de junho em cidades como Londres, Istambul, Barcelona, Bruxelas e Santiago. No Brasil, as maiores manifestações aconteceram em São Paulo e Rio de Janeiro.

Em junho, o número de vítimas fatais pela ofensiva israelense, desde outubro de 2023, alcançou a marca de 55 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Destas, 70% são mulheres e/ou crianças, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

No Rio (14/6), ativistas do grupo Coletivo Alvorada subiram o Cristo Redentor, um dos principais pontos turísticos da cidade, para protestar. Nas escadarias do monumento, os manifestantes abriram uma faixa com os seguintes dizeres: “Stop the genocide in Gaza (Pare o genocídio em Gaza)”.

Na capital paulista, milhares se reuniram no centro da cidade, seguindo para a Praça Cinquentenário de Israel, no bairro de Higienópolis. “É o maior ato já feito no Brasil em apoio à Palestina nos últimos 50 anos”, disse Soraya Misleh, jornalista palestino-brasileira e coordenadora da Frente Palestina de São Paulo, em entrevista ao Brasil de Fato (15/6).

Presente à manifestação, o ativista brasileiro Thiago Ávila contou, também ao Brasil de Fato, sobre sua deportação de Israel. Ele estava a bordo do barco Madleen, que tentou chegar a Gaza com ajuda humanitária, mas acabou sendo interceptado pela marinha israelense (9/6). “É uma frustração imensa que a nossa missão não conseguiu abrir o corredor humanitário dos povos, não conseguiu entregar alimentos, medicamentos, muletas, próteses para crianças amputadas e filtros de água em Gaza”, lamentou.

O brasileiro e outros 11 ativistas, entre eles a ambientalista sueca Greta Thunberg, foram detidos em uma embarcação do movimento Flotilha pela Liberdade quando navegavam no mar Mediterrâneo, a 180 km do território palestino. Thiago ficou cinco dias preso em Israel antes de ser deportado para o Brasil (13/6). “A batalha continua. Enquanto não detivermos o imperialismo e o sionismo , enquanto tivermos crianças morrendo de fome… nossa missão não estará completa”.

Escalada da violência na região

Na madrugada do sábado (21/6), os Estados Unidos atacaram instalações nucleares do Irã, destruindo por completo a principal delas, a de Fordow, que ficava dentro de uma montanha, a 80 metros de profundidade.

Poucos dias antes, Israel também havia lançado ataques aéreos ao Irã, atingindo dezenas de alvos militares e nucleares, incluindo a usina de enriquecimento de urânio em Natanz. A resposta do Irã foi imediata, mas considerada pouco efetiva. Atacou bases militares americanas no Catar, além de enviar mísseis a Israel. Quase todos foram interceptados por baterias antiaéreas.

Dias depois, o presidente Donald Trump anunciou um acordo de cessar fogo. Até o fechamento desta edição, o mundo acompanhava com atenção e temor o aumento da escalada da violência na região, historicamente marcada por conflitos.

Egito impede marcha para Gaza

Forças policiais egípcias impediram a realização da “Marcha Global para Gaza”, mobilização internacional organizada por movimentos sociais e representantes dos direitos humanos, de diversos países, que também ocorreria no final de semana dos dias 14 e 15 de junho.

Na semana anterior ao evento, as autoridades do Egito reforçaram as buscas e apreensões das pessoas que chegavam ao Cairo para organizar a caminhada. O objetivo do movimento era percorrer os quase 50 km que separam a capital egípcia da cidade fronteiriça de Rafah. Lá, os manifestantes ficariam acampados até que houvesse a abertura de um corredor humanitário para o envio de alimentos e remédios aos palestinos.

De acordo com a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), um grupo de brasileiros viajou para participar da marcha. No entanto, ao chegarem ao Cairo, não puderam fazer nenhuma publicação nas redes sociais ou mesmo enviar informações para fora do Egito. Os organizadores da marcha global divulgaram uma carta oficial, na qual afirmam que não desistirão do movimento e que continuarão lutando pela liberdade dos palestinos.

“Após mais de 20 meses de bombardeios quase contínuos, a crise humanitária em Gaza atingiu níveis catastróficos. Desde 2 de março de 2025, apenas uma quantidade mínima de ajuda humanitária ou bens comerciais tem sido permitida em Gaza, exacerbando a fome e o sofrimento”, afirma a carta. Ainda segundo os organizadores, a tentativa da marcha representava uma coalizão pacífica “de mais de 4 mil indivíduos, de 80 países, unidos no apelo pelo fim do genocídio em Gaza e pela abertura de um corredor humanitário”. “Não queremos olhar para trás daqui a décadas e nos perguntar se realmente fizemos tudo o que podíamos pelo povo palestino.”

Coletivo da Fiocruz divulga manifesto pela Palestina

Trabalhadores e estudantes da Fiocruz divulgaram manifesto (26/6) criticando veementemente as ações militares de Israel. No documento, assinado por centenas de pessoas e apoiado por dezenas de entidades e outros movimentos da sociedade civil do Brasil, o governo israelense é acusado de aterrorizar o Oriente Médio e executar dois crimes simultâneos contra a humanidade: “limpeza étnica para a usurpação de territórios e genocídio contra o povo palestino”. Os profissionais ligados à área da saúde cobram ainda a ruptura das relações econômicas e diplomáticas com o Estado de Israel. Leia o manifesto: http://bit.ly/40LziAi

ATROCIDADE EM NÚMEROS (11/6/2025)

  • 55.104 palestinos mortos*
  • 124.394 feridos*
  • 2 milhões de palestinos desalojados* 
  • 1.400 israelenses mortos
  • 53 reféns israelenses seguem detidos (dos 251 inicialmente)

* Fonte: Ministério da Saúde de Gaza

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