Ao entrelaçar filosofia, psicanálise, história, arte e política, o camaronês Bonaventure Soh Bejeng Ndikung questiona, em “As artimanhas do cuidado” (Glac Edições), a retórica de um cuidado que vem sendo usado por Estados, corporações capitalistas e moralismos conservadores para perpetuar violência, exploração e silenciamento. “Quem cuida de quem, por quê e a que custo?”, indaga o autor, no livro escrito durante a pandemia de covid-19 em que também aborda a ascensão do autoritarismo global. Avaliando o discurso de “proteção”, Bonaventure convoca o leitor para “uma refundação do cuidado, como gesto radical de justiça e de restituição social.



Sem comentários