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“(…) o mito de que estamos todos no mesmo barco. Apesar de todos flutuarmos no mesmo mar, é claro que alguns navegam em super iates, enquanto outros se agarram a escombros flutuantes.”

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas

Março chegou, levando o verão e deixando as tardes mornas do outono de céu azul sem nuvens. Bom seria se fosse o mês de recomeçar o ano para valer. O mês de se comemorar o Dia Internacional das Mulheres, da água, da escola e das florestas. Comemorar as boas coisas que o mês vem trazendo, como a exposição virtual intitulada “Zika: vidas que afetam”, com as belas fotos que estão presentes também nesta edição.

Radis neste mês conta algumas histórias reais de mulheres guerreiras, que sofreram, choraram, mas buscaram serenidade para enxergar a beleza de ser mãe, entendendo que haverá uma luta diária para seus filhos se fazerem ouvir. São “mulheres mães” de crianças com microcefalia, que com coragem, persistência e mobilização enfrentam o desafio de oferecer uma melhor qualidade de vida a seus filhos e filhas, num país que expõe e alimenta as desigualdades sociais, raciais e de gênero, principalmente para os ditos “diferentes”. Os rostos registrados nas fotos dessas mulheres com seus filhos, mostram o quanto de amor existe no acolhimento, que elas os tocam e comovem.

Como lembrado também nesta edição, em 11 de fevereiro foi celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, criado pela Assembleia das Nações Unidas, para destacar o empoderamento e a representatividade feminina em carreiras tecnológicas e científicas. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável necessitará, para alcançar plenamente seus objetivos, da plena parceria entre homens e mulheres, exercitando a igualdade entre gêneros sem obstáculos e restrições ao papel feminino em todas as áreas.

Infelizmente este março também será lembrado por muitas gerações como o mês do recorde trágico de mortes com o registro de mais de 3000 vidas perdidas por covid-19 em um único dia, o maior de toda a pandemia. O que significa uma morte a cada 30 segundos e quase 300 mil mortos no país desde seu início. A desigualdade econômica e social cobra um custo humano enorme, já que a maioria das mortes acontece na população mais vulnerável. Neste mês, repetem-se as tragédias vividas em Manaus, com falta de oxigênio, leitos, propagação rápida de novas cepas do vírus, falta de medicamentos e de kits para intubação, só que na maioria dos estados brasileiros. Também faltam vacinas, principal arma para livrar o país da pandemia e salvar milhares de vidas asfixiadas pela política sanitária negacionista, que desde o início negou as medidas recomendadas pela ciência e pela OMS e banalizou o fim de tantas vidas.

Em meio à hecatombe sanitária que se abateu sobre o mundo, algumas cenas de acolhimento e de empatia tocam e comovem, como a alegria estampada no sorriso dos idosos ao receberem a vacina, com esperança de que muito em breve poderão abraçar seus filhos e netos.

* Justa Helena Franco, Subcoordenadora do Programa Radis

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