Estreou nos cinemas em 9 de março o documentário Quando Falta o Ar, que segue os passos de profissionais do SUS durante o primeiro ano da pandemia de covid-19, quando o conhecimento sobre a doença ainda era primário e a perspectiva de uma vacina era remota. O filme revela o trabalho íntimo e diário dos trabalhadores da saúde; se propõe a apresentar o caráter sistemático, vigilante, mas delicado que exige esse atendimento.
As imagens, por esse motivo, seguem um ritmo mais lento, aquele que, segundo as diretoras Helena Petta e Ana Petta, acompanha o tempo do cuidado. Aproveitam-se minutos inteiros capturando, por exemplo, as enfermeiras do Hospital das Clínicas, em São Paulo, conversando com pacientes e dando banho de leito em casos em coma. Somos guiados pelas vielas do Morro da Conceição no Recife em caminhadas e visitas domiciliares dos médicos e agentes comunitários de saúde. E, ainda, somos confrontados com a realidade pandêmica dentro do Complexo Penitenciário Lemos de Brito em Salvador, onde assistimos às consultas e conversas dos presos com a médica do local.
A narrativa valoriza a capilaridade e a grandeza do SUS em chegar nas entranhas de um Brasil pobre, vulnerável e desprivilegiado, mas também plural, resiliente e corajoso. Um Brasil que, quando mais precisou, teve a sua disposição um sistema público de saúde independente e sólido, que trabalhou em prol do seu povo apesar das determinações negacionistas e da subtração financeira durante os anos mais críticos da pandemia. “A gente precisa ficar de pé aqui. O SUS precisa ficar de pé. O SUS é uma política de Estado, não de governo. Não vão ser esses caras que vão destruir o SUS, porque ele está dentro da gente. Nós somos o SUS”, afirma categoricamente a voz em off de uma das médicas entrevistadas. Leia resenha completa no nosso site.
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