A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em agosto (14/8) que a mpox voltou a se tornar uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Em pouco mais de dois anos, essa é a segunda vez que a doença — antes conhecida como varíola dos macacos — atinge esse nível de alerta.
A preocupação agora é com a rápida propagação de uma nova variante da mpox. “Existem dois tipos: clado I e clado II. As vias de transmissão são bastante similares entre eles. Em 2022, o surto global foi causado pelo clado IIb. Em 2024, o clado Ib tem ganhado espaço, impulsionado pela transmissão humano-humano”, explica Mellanie Dutra, biomédica com pós-doutorado em bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em suas redes sociais (@mellziland, em 14/8).
A transmissão pode ocorrer a partir do contato direto com lesões de pele ou mucosas (o que inclui o contato sexual), fluidos corporais, secreções respiratórias ou objetos usados por uma pessoa com quadro ativo de mpox. De acordo com a OMS, gânglios inchados, feridas na pele, febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios e cansaço são os principais sintomas da doença. Em pacientes com o sistema imunológico baixo, a mpox pode evoluir para pneumonia, encefalite e infecção ocular.
O Ministério da Saúde avalia que o risco para o Brasil ainda é baixo. Em 2024, foram notificados 709 casos no país, com 16 óbitos — nenhum relacionado à nova variante. A campanha de vacinação está focada em pessoas que vivem com HIV/aids, profissionais de laboratórios em exposição ao vírus ou suspeitos de terem tido contato direto com pessoas contaminadas.
5 coisas que você precisa saber sobre a mpox
- O que é mpox?
Doença transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Ficou conhecida como varíola dos macacos (ou monkeypox), mas o nome foi mudado para não gerar entendimento errado de que apenas os símios poderiam transmitir a doença.
- Como é a transmissão?
- Contato com as lesões de pele
- Por secreções respiratórias
- Objetos usados por uma pessoa que está infectada
- Sintomas
- Febre
- Dor de cabeça e dores no corpo
- Calafrios
- Cansaço
- Erupções cutâneas
- Gânglios inchados
- O que a mpox pode causar?
- Pneumonia
- Inflamação no cérebro (encefalite)
- Infecção ocular
- Existe vacina?
Sim, mas não para todo mundo. No Brasil, que tem um risco baixo para o surto atual, a campanha de imunização está focada para pessoas que vivem com HIV/aids, profissionais com exposição ao vírus e pessoas suspeitas de terem tido contato com alguém com a doença.
Relembre a primeira emergência da mpox
Classificada pela primeira vez como emergência de saúde pública internacional em 23 de julho de 2022, a mpox se tornou uma preocupação sanitária após um surto de casos entre homens que fazem sexo com homens (HSH), principalmente na Europa. A situação reacendeu preconceitos do passado em relação à população homossexual, gerou reflexões e mobilizações, porém Radis mostrou, na edição 240, que a melhor forma de comunicação para reduzir os riscos é aquela que se baseia na ciência.
Há dois anos, o então médico infectologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Pedro Campanha, especialista em saúde LGBTQIA+, explicou: “Temos [até então] um número de casos concentrados na população de homens que fazem sexo com homens, mas todas as pessoas estão vulneráveis. Todas as pessoas podem contrair através de um contato próximo, não é uma transmissão exclusivamente sexual”.
Leia a reportagem de Radis: https://radis.ensp.fiocruz.br/reportagem/prevencao-e-para-todo-mundo/
Saiba mais: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/mpox
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