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Samu é SUS. É uma das sínteses daquilo que o Sistema Único de Saúde brasileiro representa e busca efetivar, não obstante os obstáculos que tem enfrentado. O Samu funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, cuidando de forma gratuita de qualquer pessoa, sem distinções, com atendimento local e transporte adequados para evitar o agravamento da condição da vítima, minimizando o sofrimento, prevenindo sequelas e evitando óbitos. Na Política Nacional de Atenção às Urgências, seu papel é a “busca precoce da vítima após a ocorrência de um incidente que afete sua saúde, seja de natureza clínica, cirúrgica, traumática ou psiquiátrica”.

Samu é SUS. É uma das sínteses daquilo que o Sistema Único de Saúde brasileiro representa e busca efetivar, não obstante os obstáculos que tem enfrentado.

Em nossa matéria de capa, o repórter Adriano De Lavor e o fotógrafo Eduardo de Oliveira penetram no cotidiano e nos bastidores do Samu, presente em 4.143 municípios brasileiros. Revelam como são as equipes e o trabalho dos profissionais, do ponto de vista operacional e pessoal, problematizando também o impacto da atividade na saúde mental dos trabalhadores.

A reportagem descreve os atendimentos e como a central de regulação direciona as vítimas às unidades de saúde, explica a diferença entre o Samu 192 e o serviço 193 do Corpo de Bombeiros, trata das competências dos níveis federal e estadual para que SUS municipal preste esse serviço.

Ainda nesta edição, o tema da exposição excessiva às telas de celulares e outros dispositivos é abordado tanto em relação ao tempo e modos de uso, quanto aos conteúdos consumidos por pessoas de diferentes faixas etárias. Dificuldade de concentração, cansaço mental e dependência são alguns sintomas que podem surgir com o uso excessivo das redes sociais.

A repórter Paula Passos ouviu análises de especialistas e relatos de pessoas que tiveram que deixar as telas para recuperar o equilíbrio emocional, a gestão do tempo e o controle da vida profissional e pessoal. Entrevistou o psicanalista Christian Dunker sobre o valor da atenção: “O acesso às plataformas, no final das contas, não é tão gratuito assim, porque acabamos sendo nós as mercadorias”.

Às vésperas da COP 30, destacamos os vetos de Lula ao PL da Devastação, como ficou conhecido o projeto aprovado pelo Congresso para a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Artigo de pesquisadores da Fiocruz discute “Ecocídio como situação-problema para a saúde coletiva”. Listamos reportagens de Radis que mostram o acesso a água e saneamento como um direito humano e a relação que têm com a determinação social e ambiental da saúde.

Congresso da Associação Latino-americana de Medicina Social e Saúde Coletiva (Alames), realizado no Rio de Janeiro com o tema “Por Democracia, Direitos Sociais e Saúde: Retomando o Caminho da Determinação Social e da Soberania dos Povos”, discutiu crise climática, capitalismo, desigualdades, ascensão da ultradireita, erosão das democracias, guerras, migrações e outros processos que afetam a saúde global.

À necessidade de mais equidade e descolonização na própria saúde coletiva somaram-se na Carta do Rio, ao final do congresso, a condenação das “expulsões de cidadãos latino-americanos” e do “bloqueio à Cuba” impostos pelos Estados Unidos, assim como o “repúdio ao genocídio praticado por Israel”. O documento da Alames declara solidariedade aos povos cubano e palestino e reafirma a “defesa incondicional e inegociável da vida humana”.

Ironicamente, mas não por acaso, a saúde global está na mira da ultradireita estadunidense. Um dos alvos recentes dos ataques do governo Trump à soberania brasileira é o SUS, mais precisamente o Programa Mais Médicos, que permitiu a interiorização e ampliação da presença de médicos em equipes de saúde do SUS no vasto território nacional.

Da mesma forma, em Gaza, os hospitais e os profissionais de saúde estão na mira do governo sionista israelense, por se colocarem a serviço da saúde e da vida das pessoas feridas em bombardeios, desabamentos e da artilharia do exército israelense, que impõe também a fome e a exposição a doenças como arma de extermínio contra a população palestina.

Ao tomar conhecimento e admirar o compromisso dos profissionais do nosso Samu em salvar vidas, da abnegação e da beleza desse trabalho quase invisível, não tem como não nos reportarmos à crueldade e à perversão do bombardeio sistemático de hospitais e ambulâncias em Gaza, assim como dos assassinatos e aprisionamentos ilegais de centenas de profissionais de saúde, como tem sido constatado por instituições de direitos humanos e pelas Nações Unidas.

Assim como a Alames, Radis reafirma a sua defesa incondicional e inegociável da vida humana e se solidariza com o povo e os profissionais de saúde palestinos.

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