O abraço de Dona Chica vai deixar saudade. A parteira, rezadeira, conhecedora das ervas medicinais e militante popular da saúde se encantou na manhã do dia 25 de janeiro de 2024. Encantar-se é uma das formas encontradas pelos povos tradicionais e de terreiro, aos quais ela pertencia, para descrever a finitude da vida terrena. Encantada, ancestralizada, Dona Chica vive nas folhas, na terra, nas histórias e nas memórias.
O encontro de Radis com Francisca Pereira da Silva ocorreu em julho de 2023, durante a 17ª Conferência Nacional de Saúde. Nesse dia, ela organizava o Corredor da Saúde, prática integrativa voltada para a saúde do corpo e da alma. Na edição de novembro (254), o editor e repórter Luiz Felipe Stevanim publicou um texto que conta um pouco da sua história de vida.
A maranhense de 81 anos, que residia em Cristinápolis, em Sergipe, era indígena Ka’apor, mãe de santo, rezadeira, integrante do Movimento Popular de Saúde (MOPS) e assentada da reforma agrária. Parteira, contava que já havia trazido ao mundo mais de 780 crianças. Em sua cidade, ela coordenava as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no SUS, desenvolvendo projetos com ervas medicinais.
Em 2022, Francisca Pereira da Silva recebeu o Grau de Mérito Especial em Saberes e Fazeres da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Seu esposo, Rosivaldo, conversou com Radis e afirmou que, na compreensão da família, ela se encontra no “mundo espiritual”. “Muito obrigado por tudo que fizeram por ela”, ele disse.
Leia a história completa de Dona Chica clicando aqui.
Sem comentários