No Dia Internacional da Luta das Mulheres (8 de março), Radis revisita algumas de muitas capas e reportagens em que elas foram o tema principal. São trajetórias de vida, dados em saúde, percalços, violências, resistências e a busca pelos direitos e a autonomia de seus corpos.
Ao longo de 41 anos, as diferentes publicações do Programa Radis nos apresentaram muitas mães, pesquisadoras, mulheres indígenas, quilombolas, professoras, trabalhadoras domésticas, entre tantas outras. São mulheres do cotidiano do nosso país que travam suas lutas perante doenças, diferenças sociais, desigualdades e da luta por melhores condições e por seus direitos. Elas compartilharam conosco suas histórias, pesquisas, dores, alegrias, esperanças e resistências.
Elas, trabalhadoras domésticas
Radis 255 (dezembro de 2023)
Uma década após a PEC das Domésticas, a matéria de capa de Radis resgata o histórico da profissão que, majoritariamente, é exercida por mulheres e traz a trajetória de Adriana, Maria Izabel, Janaína e Jucirlete (mais conhecida como Eunice ou Nicinha) para reportar a realidade de 5,8 milhões de trabalhadoras da área, em que apenas 1 em cada 4 possuem carteira assinada, mesmo com a mudança na legislação. A edição ainda narra a visita de Adriana à exposição Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os Brasileiros, que estava em cartaz no Museu de Arte do Rio.
Leia mais em: https://radis.ensp.fiocruz.br/reportagem/direitos/nao-e-favor/
A ministra do SUS
Radis 245 (fevereiro de 2023)
A matéria de capa de fevereiro de 2023 traz a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a primeira mulher a assumir a Pasta, em entrevista exclusiva para a revista. Na conversa, Nísia reconheceu o desafio perante o machismo da sociedade. E trouxe os primeiros desafios ao assumir o ministério, como a emergência sanitária Yanomami, a cobertura vacinal e a retomada de políticas públicas. “Para o SUS funcionar, o papel de coordenação nacional [do Ministério da Saúde] é fundamental”, afirmou na ocasião.
A edição ainda trouxe um pouco de sua trajetória desde a infância, a formação em Ciências Sociais, o ingresso na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), passando pelos dois mandatos como presidente da fundação, em que também foi a primeira mulher a assumir este cargo, até o convite para assumir o Ministério da Saúde.
Leia em: https://radis.ensp.fiocruz.br/entrevista/uma-mulher-a-frente-do-sus/
Mulheres na Mira
Radis 242 (novembro de 2022)
A reportagem de capa da edição 242, assinada por Ana Cláudia Peres, investiga o que está por trás de tantos casos de violação de direitos e agressões contra as mulheres. O aumento do conservadorismo e o avanço da extrema direita no Brasil e no mundo foi apontado como um grande impulsionador de tantas violências e restrições aos direitos das mulheres, inclusive os direitos sexuais e reprodutivos e a autonomia sobre seus corpos.
À época, Lívia Merlim, coordenadora do Mapa do Acolhimento (plataforma que conecta mulheres que sofreram algum tipo de violência a uma rede de apoio), disse que são direitos muitas vezes considerados associados a pautas ideológicas de esquerda, mas que estão além disso: “Dizem respeito à dignidade humana de uma maneira geral. Vamos precisar tirar esses direitos do armário e tratá-los como o que de fato são: questões de saúde pública”.
Leia em: https://radis.ensp.fiocruz.br/reportagem/genero/quem-tem-medo-das-mulheres/
Mulheres positivas
Radis 231 (dezembro de 2021)
Nos 40 anos da pandemia de aids, Radis trouxe em reportagem de capa a história de cinco mulheres que vivem com o HIV. Cada uma delas parte de um contexto, como a que descobriu durante o pré-natal de seu único filho, a que se infectou ainda adolescente, a que já estava com 30 anos, a que teve transmissão materna e a mulher trans que se tornou uma das mais conhecidas militantes pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/aids no país. Orleandra, Vanessa, Jenice, Rafaela e Jacque não definem suas existências pelo diagnóstico. Integrantes do Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas (MNCP), cada uma à sua maneira, elas contribuem para destruir barreiras e preconceitos, não somente contra a aids, mas também em relação às desigualdades de gênero.
Elas resistem
Radis 213 (junho de 2020)
No auge da pandemia de covid-19, a reportagem da edição 213 mostrou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres diante do isolamento social. Mães solo se desdobravam para cuidar dos filhos e do sustento nos primeiros meses da pandemia. Uma ex-presidiária tentava recomeçar a vida vendendo quentinhas, mas teve que interromper seus planos por conta do distanciamento. Gestantes se deparavam com as unidades básicas de saúde fechadas ou não conseguiam fazer o acompanhamento do pré-natal de forma adequada
A matéria mostrou o aumento da violência doméstica no período, porque o contexto dos primeiros meses da pandemia obrigou o convívio de 24 horas entre as mulheres e seus agressores. Por fim, pesquisadoras destacaram o papel do Estado para a garantia dos direitos das mulheres em uma situação de excepcionalidade como a pandemia de covid-19.
Ciência: Lugar de mulher
Radis 198 (março de 2019)
A ciência é cada vez mais ocupada por mulheres, mas elas ainda enfrentam dificuldades para lidar com diferentes obstáculos, como ocupar as posições de poder. Na reportagem da edição 198, quatro pesquisadoras falam sobre os desafios para assumir a liderança de projetos, a persistência do racismo e as barreiras para conciliar a maternidade e a pesquisa acadêmica. Também mostrou as dificuldades vividas por cientistas em áreas que são consideradas predominantemente masculinas. A reportagem ainda traz o perfil de 11 mulheres que foram importantes para o ramo da saúde.
Pela vida das mulheres
Radis 181 (outubro de 2017)
Uma conferência nacional pela saúde das mulheres. Este foi o tema da reportagem de capa que trouxe a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres como destaque. Após 31 anos da primeira edição da conferência, em 1986, o encontro reuniu 1.800 mulheres para discutir violência, assédio, feminismo, aborto e condições de vida, assim como os ataques aos direitos previstos pela Constituição Federal de 1988. Além disso, a reportagem de Liseane Morosini e Elisa Batalha também repercutiu a fala de mulheres de regiões mais distantes do país, que cobravam os seus direitos por mais acesso à saúde e igualdade de gênero.
A mulher brasileira: estatísticas de saúde
Dados no 10 (outubro de 1986)
Em 1986, a revista Dados, publicação do Programa Radis anterior à atual revista, trouxe em sua décima edição, a divulgação de pesquisas que definiam o mapeamento das mulheres de acordo por localidade, escolaridade, situação econômica e ocupação em cargos de chefia — e relacionava com os índices de mortalidade. As doenças do aparelho circulatório eram apontadas como a principal causa de morte de mulheres em diversas faixas etárias. A revista ainda trouxe números percentuais sobre partos no Brasil, como os partos não hospitalares e aqueles realizados em hospitais, analisados também pela situação econômica. Na última parte, a publicação mostrava os dados relativos à saúde das mulheres “chefe de família” e a relação com a urbanização.
Sem comentários