Em abril aconteceu em Brasília (DF) a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), maior encontro de mobilização dos povos indígenas brasileiros. Em 2025, o evento também celebrou os 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), com uma programação que se iniciou com um ato público, no eixão de Brasília, “em defesa da Constituição e da vida”. O ATL promoveu ainda plenárias, encontros culturais e uma marcha, cujo objetivo é dar visibilidade às pautas indígenas de hoje, que incluem a garantia dos direitos assegurados pela Constituição de 1988, a defesa pela demarcação de antigos territórios, a luta por uma Comissão Nacional Indígena da Verdade (CNIV), além do desejo por uma transição energética justa para todos os povos e o reconhecimento da resistência indígena LGBTQIA+. Radis preparou um guia para quem deseja acompanhar no Instagram os movimentos de defesa dos povos originários no Brasil.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), organizada a partir do Acampamento Terra Livre de 2005, é a instância de referência nacional do movimento indígena no Brasil, criada pelas próprias lideranças. Ela reúne organizações regionais.
Sonia Guajajara é a ministra dos Povos Indígenas (@minpovosindigenas). Originária da Terra Indígena Arariboia (MA), é formada em Letras e Enfermagem, especialista em Educação Especial (Universidade Estadual do Maranhão — UEMA). Em 2022, foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.


Weibe Tapeba é o titular da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (@sesai.ms). Advogado e ativista indígena, coordenou a Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará (Fepoince) e integra o departamento jurídico da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme).
O Coletivo Tybyra foi criado em 2019 como o primeiro coletivo LGBTQIA+ Indígena do Brasil, com o objetivo de fortalecer a articulação política e a representatividade de indígenas LGBTQIA+. No ATL 2025, o coletivo prestou homenagem a Tybyra Tupinambá, assassinado em 1614, no Maranhão [primeiro caso documentado de LGBTIfobia no Brasil], cuja memória faz referência ao nome do movimento.


O coletivo de comunicação Mídia Indígena do Brasil promove e preserva as culturas indígenas há 10 anos. O grupo, que conta com um canal no YouTube (@tvmidiaindigena) com milhares de inscritos, articula ações de mobilização nos ATL e em campanhas on-line, a partir do olhar de profissionais de comunicação indígenas.
A jornalista Ariene Susui é mestra em Comunicação pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) e atua na cobertura das pautas ambientais e na defesa dos direitos de mulheres indígenas. Originária do povo Wapichana, já atuou na comunicação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e no Conselho Indígena de Roraima.


Jornalista, Ykaruni Nawa é mestre e doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua com assessoria de comunicação e jornalismo. Atualmente repórter na Defensoria Pública da União, em Brasília, integra a Articulação Brasileira de Indígenas Antropólogos (Abia) e é co-fundador da Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas (@abrinjor).
Yago Kaingang é jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e comunicador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul). Recentemente vem atuando no Jornal da COP, tratando de temas como comunicação, território e resistência e discutindo o papel fundamental da tecnologia e das redes colaborativas de informação nas lutas dos povos originários e quilombolas.


Célia Xakriabá é a primeira deputada federal indígena de Minas Gerais. Doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No parlamento, integra a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais e a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, onde defende a demarcação de terras como essencial para a proteção dos povos e do meio ambiente.
O cineasta e fotógrafo Kuiaitsi Kuikuro, mais conhecido como Bob K., foi premiado em 2018 nos Estados Unidos com uma foto que registrava ameaças às florestas e situações que intensificam as mudanças climáticas. Seu interesse por fotografia e cinema se deu graças a convivência com seu primo Takumã Kuikuro (@realtakuma), cineasta e fotógrafo, coordenador do Coletivo Kuikuro de Cinema e diretor de filmes premiados como O Dia em que a Lua Menstruou (2004), O Cheiro de Pequi (2006) e As Hiper-Mulheres (2011).

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