Dois casos de sarampo foram confirmados em crianças de uma mesma família em São João de Meriti, na Baixada Fluminense (RJ). Elas foram atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no início de março e precisaram de hospitalização, mas receberam alta. Em 2025, já havia sido confirmado um caso isolado em Itaboraí (RJ), cuja infecção ocorreu em outubro de 2024.
Mesmo com essas ocorrências, o Brasil (ainda) não perde o status de país livre da circulação do vírus do sarampo, da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, de acordo com os critérios internacionais, pois podem acontecer casos isolados. Em novembro de 2024, o país recebeu a recertificação de país livre de sarampo pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), perdida em 2019.
É importante que todo caso suspeito seja notificado pelos municípios. O sarampo é muito contagioso e é transmitido pelo ar. Entre as complicações graves, estão: pneumonia, encefalite, cegueira e até a morte. A infecção também pode enfraquecer o sistema imunológico por meses, deixando os pacientes mais vulneráveis a outras doenças. A principal forma de evitar o sarampo é a vacinação.

Vacina em dia
A prevenção para o sarampo é feita pela vacina tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola, e pela tetra viral, que inclui a catapora. As duas vacinas fazem parte do calendário de imunização obrigatório recomendado pelo Ministério da Saúde. Confira a caderneta de vacinação!
- Crianças: vacina tríplice aos 12 meses de idade
- Vacina tetra viral aos 15 meses
- Em casos de surto, bebês de 6 a 11 meses podem receber uma dose extra, a dose zero
- Adultos até 29 anos de idade: devem ter duas doses da tríplice viral
- De 30 a 59 anos: devem ter pelo menos uma dose
- Profissionais de saúde: duas doses independentemente da idade

Surto nos Estados Unidos
Enquanto isso, os Estados Unidos enfrentam um dos maiores surtos de sarampo em uma década. A princípio, os mais de 300 casos estão concentrados nos estados do Texas e Novo México, com duas mortes confirmadas. O aumento da doença ocorre principalmente pela queda da cobertura vacinal e pela disseminação de movimentos contrários à imunização. Inclusive, o próprio Secretário de Saúde norte-americano, Robert F. Kennedy Jr., é reconhecidamente um político antivacina e disse que vacinar é uma escolha pessoal.
“Já é hora de o Brasil começar a pedir certificado de vacina para sarampo aos norte-americanos que vierem ao país”
Margareth Dalcolmo, durante sua fala na Semana de abertura do ano letivo 2025 da Ensp/Fiocruz, em 10/3

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