1919: o primeiro carnaval após a passagem avassaladora da Gripe Espanhola e da Primeira Guerra Mundial. Segundo os registros, a doença — entre setembro e dezembro de 1918 — infectou 600 mil pessoas e matou cerca de 15 mil no Rio de Janeiro, número provavelmente subestimado. O carnaval que ganhou as ruas no ano seguinte entrou para a história e a memória da cidade como uma festa de libertação e de alívio e repercutiu, por décadas, na narrativa de cronistas como Nelson Rodrigues, Mário Filho e Austregésilo de Athayde. As histórias em torno desta folia em contexto pós-pandemia são contadas no livro De Sonho e de Desgraça: O Carnaval Carioca de 1919, do jornalista David Butter, publicado pela editora Mórula. A partir de uma pesquisa cuidadosa e inédita, o autor revive as memórias de um tempo marcado por sonho, esperança, luto, alegria e tristeza.
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