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Nesta edição, Radis traz a cobertura do 8º Congresso Brasileiro de Saúde Mental realizada pelos repórteres Adriano De Lavor e Bruno Dominguez com o tema central “Democracia, antropofagias e potências da luta antimanicomial”, que contou com a participação de profissionais da área da saúde mental de diversas especialidades e sobretudo de pacientes. O evento foi marcado por manifestações artísticas e importante mobilização em defesa da Reforma Psiquiátrica, que reafirma a construção de uma política inclusiva de saúde, de proteção à vida e contra a violação dos direitos de pessoas com transtornos mentais.

Historicamente, a saúde mental é usada como lucrativo mercado da saúde, não só para a indústria farmacêutica como também para as instituições geridas por entidades privadas — as comunidades terapêuticas (CTs) —, em sua grande maioria de caráter religioso, que são contempladas com crescentes investimentos, em detrimento dos serviços públicos, negligenciados pelo governo federal, mesmo com os agravos no campo psicossocial deixados pela covid-19.

Os avanços conseguidos com a Reforma Psiquiátrica vêm gerando, desde 2017, críticas de grupos contrários à consolidação das demandas dos movimentos antimanicomiais e democráticos, que priorizam o cuidado em meio livre de isolamento, sem ruptura dos laços sociofamiliares, sem a institucionalização do “eu”, usando elementos de inclusão e participação junto à comunidade como a arte, em consonância com o respeito integral aos direitos das pessoas em sofrimento psíquico. 

Paralelo à Conferência, acontecia a exposição da obra de Arthur Bispo do Rosário que usou a arte para superar o confinamento dentro de uma cela por 50 anos. Considerado gênio por alguns e louco por outros, Bispo do Rosário escancara a segregação e a higiene social dos manicômios, o pensamento eugênico, a loucura conformando uma forma de ser no mundo diferente daquela experimentada pelos sujeitos ditos normais e os limites entre a insanidade e a arte. Uma arte reconhecida nacional e internacionalmente por representar as tradições locais e sua vivência por onde passou.

Ele não pregou a guerra, nenhuma destruição, falou do fim dos tempos e de sua ligação com seu Deus, a quem ouvia.

Uma instigante entrevista sobre “sofrimento como parte da vida” foi concedida à Radis pela psicanalista e filósofa Viviane Mosé para esta edição, que defende a inclusão do delírio, do erro e da fantasia como “construção de um novo modelo de saúde destacando as potencialidades das vivências da diversidade”.

O tema da monkeypox causou surpresa entre gays, bissexuais e trabalhadoras do sexo com a recomendação do diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que esses grupos reduzam o número de contatos sexuais, visando evitar o aumento do contágio. Para além de disseminar o estigma em relação a alguns grupos, tal recomendação confunde a população, pois dissemina a falsa impressão de que as pessoas fora desses universos estariam protegidas de se infectar.

Recentemente, um candidato à Presidência da República afirmou em horário eleitoral que não havia fome no Brasil, quando é sabido que a fome voltou com força e atinge mais a população negra, conforme texto da engenheira agrônoma quilombola Franciléia Paula, no Pós Tudo desta edição sob o título “Imposição da fome é racismo alimentar”.  

Difícil acreditar que pessoas competindo para o mais alto cargo do país tenham uma visão tão enviesada do que acontece por aqui, mesmo que se diga que o povo é apenas um detalhe, há a esperança de que governantes tenham a mínima noção do que acontece nas casas e nas ruas de seu povo.o disponibilidade de vacina, a informação adequada é um” para a prevenção. 

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