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Moradora da Zona Norte do Rio de Janeiro, Beatriz Albino conheceu o Banco de Leite quando cursava Medicina e fazia estágio curricular na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela era uma das futuras mães que participava dos encontros do grupo educativo de aleitamento materno realizado pelo BLH do IFF, no dia em que a reportagem de Radis esteve presente.

— Foto: Eduardo de Oliveira.

A roda de conversa aconteceu em uma sala do BLH. Maria Odete Queiroz, residente de Enfermagem em Bancos de Leite Humano, conversava sobre a importância do aleitamento para a saúde do bebê com mães, pais e familiares. De forma prática, ela mostrou a posição correta para amamentar, como o bebê deve sugar o leite e que problemas podem atrapalhar o aleitamento, entre outras informações.

A roda de conversa acontece duas vezes por semana. Bonecas de pano e mamas cobaias de diferentes formas e tamanhos são utilizadas para o treino de técnicas  e a prática da amamentação. Beatriz foi ao encontro junto com o marido, Lucas Silva, e saiu de lá mais segura. “A gravidez é um preparo, né? Não é só a questão do físico. Há também o preparo psicológico para viver esse momento”, declarou.

Lucas disse à Radis que estava mais preparado para receber a filha Dandara. “Eu sempre fui muito cru sobre as questões da maternidade. Faço questão de conhecer, interagir e me inteirar, até porque quando a criança nascer a gente não fica totalmente perdido”, afirmou. O novo, segundo ele, incluiu a descoberta da importância do apoio e da doação de leite humano. “Vou me colocar ao lado dela e estou procurando buscar o conhecimento para dar o apoio que ela vai precisar”. 

— Foto: Eduardo de Oliveira.

Fernanda Heloise Côrtes estava na reta final da gestação de Luiza quando participou da roda de conversa. Fernanda é bióloga e trabalha na Fiocruz. “Eu fui amamentada com o leite de outra mulher na maternidade”, disse à Radis, citando o aleitamento cruzado. Em 1985, o banco de leite já existia, mas não na maternidade em que nasceu, em Petrópolis (RJ). “Alegaram que a minha mãe não tinha muita produção, eu chorava muito”, contou. Ela sabe que o bebê alimentado com leite materno recebe anticorpos e fica mais bem nutrido.

Desde 2016, o aleitamento cruzado é contraindicado pelo Ministério da Saúde devido ao risco de transmissão vertical do HIV pela amamentação e de doenças como hepatites, mononucleose, HTLVs (vírus da mesma família do HIV) e citomegalovírus (da família do vírus herpes). Ainda, existe a possibilidade de ocorrer uma janela imunológica em que mães infectadas apresentam exames normais, expondo o bebê ao risco.

Fabiana Oliveira conhecia o serviço oferecido pelo BLH por ter feito o pré-natal no IFF e pela informação recebida em unidades de saúde. O encontro no instituto deu a segurança que faltava para receber a sua primeira filha. “Eu estava preocupada em não saber posicionar corretamente a criança e ela engasgar”, observou. A atenção que recebeu vai continuar no pós-parto. “A gente pode entrar em contato com a equipe se tiver problema e também diretamente no posto de saúde próximo à minha residência”. 

Suas clientes atendidas no salão de beleza que mantém em casa farão parte da rede de cuidados para apoiá-la no puerpério. “Perdi minha mãe em fevereiro [de 2023] e descobri que estava grávida em março. A Ellen Vitória já tem mais avós do que tias”, brincou.

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